terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sem nome




Meu olhar é o vazio.
Com os pés descalços
Ando por aí, porque
Não sei onde quero ficar.

Sou sujo, fedido.
Não trabalho porque
Nunca o aprendi,
A não ser o de mendigo.

Sim! Sou pobre miserável.
Não tenho casa,
Só o pingo do resto da esperança
E o que me falta nesta vida
Sobra-me na (des)graça.

Das palavras não faço uso,
Não porque sou surdo.
Falo comigo mesmo, pois
Sou sozinho nesse mundo.

Tão sozinho sou que nem
Meu nome sei ti falar.

Sou preto, amarelo, vermelho.
Sou pobre, pinguço, viciado.
Sou o fim justificado pelos meios.
O que sou se não produto
Do caos e do medo?

Esse sou eu!
O homem do século XXI,
Louco e sem nome.
Porque nas horas de angustia
Todos chamam por Deus.

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