”Estávamos
sentados à mesa de um agradável bar; ao fundo tocava um solo de blues. Lá fora
uma fina chuva caia e cada vez mais o frio se abatia. Na maior parte do tempo
conversamos outrora você dava boas gargalhadas com as minhas piadas. A todo o
momento te observava atentamente, até mesmo quando eu levava o copo a boca, não
tirava meus olhos de você, muito porque não queria.Em certos momentos seus
olhos encontravam-se com os meus. Você estava linda naquele dia, sua alegria
exalava, era evidente isso. Em dado momento você começou a me contar uma
história... Quando lhe interrompi com um beijo, não um beijo qualquer; no
momento em que os nossos lábios tocavam-se, todo o seu fôlego fora sugado;
mordi o seu lábio inferior e por fim ouvi você suspirar. Os olhares encontraram-se
novamente, no entanto fora diferente de antes, era como se eu e você olhássemos
lá dentro, entende! Lá onde se guarda a alma; de repente você desata a rir e eu
lhe acompanho...”
- Então...
O que você achou da cena? – perguntou Victor apreensivo.
- Nossa! –
exclamou Sophie, para alegria de Victor – Adorei! Parece uma cena de filme! –
disse ela.
Victor sorriu aliviado, levou a caneca à
boca, assoprou e deu um gole no cappuccino que pedira. Sentado a sua frente,
Sophie misturava o chantili com uma colherzinha.
- Bom...-
iniciou ele – Foi uma ideia que tive agora! – pousou a caneca sobre a mesa e
concluiu – Fico feliz que tenha gostado.
Sophie
sorriu gentilmente!
Os dois terminaram de beber o cappuccino,
conversaram um pouco mais e logo se levantaram da mesa; Victor, pois, enfiou a
mão no bolso, retirou uma nota de dez reais e a colocou sobre a mesa. Ambos
vestiram seus casacos, afinal de contas, uma fina chuva caia lá fora. Sophie
arrastou a cadeira, deu aquela típica olhada em volta para ver quem estava ali
dentro e foi quando viu, para sua grande surpresa, um casal ao fundo, ambos
conversavam olhando nos olhos, atentos a cada palavra que um e o outro falava e
por fim soltavam boas gargalhadas. A mulher falava algo ao parceiro quando a interrompia
com um beijo.
- Não se
trata de filmes! Isso ainda existe! – disse Victor referindo-se ao casal e a
interação que tinham.
Sophie virou-se para ele, fitou-o nos olhos,
não aguentou... Soltou uma risada. Victor, no entanto, lhe correspondeu com um
sorriso no canto da boca. Deram as mãos e saíram.
Um comentário:
Não se trata de filmes, mas a arte imita a vida ou é a vida que imita a arte?
Mt bom!!!!!
Postar um comentário