sábado, 7 de setembro de 2013

Conto - Não se trata de filmes! Por Múcyo Alexandre




”Estávamos sentados à mesa de um agradável bar; ao fundo tocava um solo de blues. Lá fora uma fina chuva caia e cada vez mais o frio se abatia. Na maior parte do tempo conversamos outrora você dava boas gargalhadas com as minhas piadas. A todo o momento te observava atentamente, até mesmo quando eu levava o copo a boca, não tirava meus olhos de você, muito porque não queria.Em certos momentos seus olhos encontravam-se com os meus. Você estava linda naquele dia, sua alegria exalava, era evidente isso. Em dado momento você começou a me contar uma história... Quando lhe interrompi com um beijo, não um beijo qualquer; no momento em que os nossos lábios tocavam-se, todo o seu fôlego fora sugado; mordi o seu lábio inferior e por fim ouvi você suspirar. Os olhares encontraram-se novamente, no entanto fora diferente de antes, era como se eu e você olhássemos lá dentro, entende! Lá onde se guarda a alma; de repente você desata a rir e eu lhe acompanho...”

- Então... O que você achou da cena? – perguntou Victor apreensivo.
- Nossa! – exclamou Sophie, para alegria de Victor – Adorei! Parece uma cena de filme! – disse ela.

    Victor sorriu aliviado, levou a caneca à boca, assoprou e deu um gole no cappuccino que pedira. Sentado a sua frente, Sophie misturava o chantili com uma colherzinha.

- Bom...- iniciou ele – Foi uma ideia que tive agora! – pousou a caneca sobre a mesa e concluiu – Fico feliz que tenha gostado.
   
Sophie sorriu gentilmente!

    Os dois terminaram de beber o cappuccino, conversaram um pouco mais e logo se levantaram da mesa; Victor, pois, enfiou a mão no bolso, retirou uma nota de dez reais e a colocou sobre a mesa. Ambos vestiram seus casacos, afinal de contas, uma fina chuva caia lá fora. Sophie arrastou a cadeira, deu aquela típica olhada em volta para ver quem estava ali dentro e foi quando viu, para sua grande surpresa, um casal ao fundo, ambos conversavam olhando nos olhos, atentos a cada palavra que um e o outro falava e por fim soltavam boas gargalhadas. A mulher falava algo ao parceiro quando a interrompia com um beijo.

- Não se trata de filmes! Isso ainda existe! – disse Victor referindo-se ao casal e a interação que tinham.


    Sophie virou-se para ele, fitou-o nos olhos, não aguentou... Soltou uma risada. Victor, no entanto, lhe correspondeu com um sorriso no canto da boca. Deram as mãos e saíram.

Um comentário:

Magna disse...

Não se trata de filmes, mas a arte imita a vida ou é a vida que imita a arte?
Mt bom!!!!!

..