quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carta a uma Flor

Sois vós o lírio de vida que alimenta-me, que me encantas e que me liberta da angústia. Tu és a minha bela dama, a minha flor do sol que dança.
No outono das flores douradas, enxugo as suas lágrimas madidas em meu espírito. Que o frio dos seus pesadelos cesse no fio dos meus versos.
Quando a noite abraça o dia e sussurra ao vento a saudade no meu alento, são as tuas lágrimas tão perto de mim em meu coração mas tão longe dos meus lábios que pungem em mim esta canção.
Os campos são de primavera, com flores tão belas como vós, o meu encanto. A brisa trás os teus beijos me meu ser, trás a paz ao meu pranto e a alegria quando me deito.
Feche os olhos, ó meu doce lírio, mas se o frio ou o mar for infindo e se não há como se segurar, suspire ao vento o teu martírio, e depois me encontre perto das flores brancas na margem do rio.
No brilho dos seus olhos escorrem pequenas lágrimas, qu destas surgem sementes de um fino cristal, onde uma por uma as planto em cada estrela após do pôr-do-sol.
Se em tuas eu toco, jamais deixarei de segura- las. Jamais me perderei por entre as vagas do mar sem o seu perfume de uma flor aberta em meio a brisa, a qual se mistura as nuvens brancas.
Se eu fosse o príncipe das fadas eu lhe daria os diamantes do sol, lhe daria as lágrimas da lua e do oceano o seu coração. Ó minha flor, minha bela dama, sois vós a minha dona, a quem escrevo tais versos d’esperança. As vezes pelas noites me sinto sozinho na saudade do teu sorriso, no sussurro dos teus suspiros.
Se as lágrimas da t’alma lhe cegarem e se aminha imagem nos seus sonhos for turva, então fecho os olhos e escute o meu cantar no seu coração, e sinta as minhas carícias como a brisa quando sopra as pétalas do meu jardim.
Mas se os seus olhos se abrirem brilhantes como uma estrela vespertina sob uma bela manhã de primavera, estarei na colina a sua espera;

Múcyo Alexandre (25/04/2008)

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